Resumo

Novas tecnologias são necessárias para reduzir a concentração dos metais pesados e óleos no meio ambiente, em níveis permitidos e a custos aceitáveis. Os processos de bioemulsificação e biossorção são uma alternativa, pois as moléculas liberadas extracelularmente no meio de cultura ou aderidas às células dos microrganismos, que são compostas principalmente por polissacarídeos, proteínas e lipídeos, oferecem abundantes grupos funcionais responsáveis pela formação de emulsões e por ligações com íons metálicos. Foram realizadas avaliações da capacidade emulsificante em misturas de água com óleos, bem como a estabilidade das emulsões formadas pela estirpe selvagem de Bradyrhizobium elkanii SEMIA 587 e estipe (587:: TnphoA33) mutante. Além disso, avaliaram a remoção de íons metálicos cobre (Cu²⁺) bivalente e cromo (Cr⁶⁺) hexavalente em solução aquosa utilizando células mortas das bactérias, como biossorvente. Através de cálculos do índice de emulsificação com 24 horas (E24%), a cultura pura de B. elkanii SEMIA 587 mostrou elevados valores com óleos de girassol e soja (95 e 79%, respectivamente) enquanto que, o sobrenadante desprovido de células apresentou para estes mesmos óleos valores de 65 e 41%, respectivamente. O mesmo perfil de emulsificação foi observado com óleo de girassol para o mutante 587::TnphoA33. Este fato indica provável produção de bioemulsificantes aderido à parede celular da bactéria, além de extracelular. Tanto o sobrenadante livre de células da estipe selvagem como do mutante apresentaram baixos valores de E24 com óleo diesel (34 e 55%, respectivamente). O processo de remoção de íons metálicos (Cu²⁺ e Cr⁶⁺) na concentração inicial de 100 mg L^-1 e 0,5 g L^-1 de biossorvente foram avaliados no tempo de 30 min. e 30 h. Após os tempos de exposição aos íons, o sobrenadante coletado por centrifugação foi analisado por espectroscopia de absorção atômica com chama. Houve diferença significativa em relação aos tempos. No tempo de 30 minutos, as células mortas de SEMIA 587 e 587::TnphoA33 mostraram potencial para a remoção dos íons e obteveram capacidade de biossorção de 21 e 22%, respectivamente. Os resultados mostraram a potencialidade das bactérias de B. elkanii SEMIA 587 como bioemulsificante e biossorvente, tanto pela excelente atividade emulsificante quanto pelos parâmetros do modelo de Langmuir, podendo a célula produzida por essa bactéria ser utilizado tanto na emulsão de óleos como em processos de biorremediação, no sequestro de íons.